terça-feira, 5 de maio de 2020

Um dia após comparecer a uma manifestação que defendia a internvenção militar e criticava o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso Nacional, o presidente Jair Bolsonaro negou que tenha qualquer intenção antidemocrática e disse apenas expressar sua opinião ao tecer críticas à atuação de outros poderes. 

"O pessoal geralmente conspira para chegar ao Poder. Eu já estou no Poder. Já sou o presidente da República. Então, estou conspirando contra quem, meu Deus do céu? Falta um pouco de inteligência daqueles me acusam de ser ditatorial", argumentou. 

"O que eu tomei de providência contra a imprensa, contra a liberdade de expressão? Eu, inclusive, sou contra as prisões administrativas que estão ocorrendo no Brasil. Prenderam uma mulher de biquíni na praia no Recreio (Rio de Janeiro), prenderam na praia de Boa Viagem (Recife) um aposentado da Aeronáutica. Eu sou, realmente, a Constituição", acrescentou.

Bolsonaro disse respeitar os demais Poderes, mas argumentou que também possui opinião. "Não vou pecar por omissão. Respeito o STF, o Congresso, mas eu tenho opinião. Não pode qualquer palavra minha ser interpretada por alguns como agressão, como ofensa", disse. Na mesma ocasião, o presidente discordou de um apoiador que pediu o fechamento do Supremo e do Congresso.

"Em seguida, Bolsonaro ainda emendou: "E mais. Tenho conduzido o Brasil orientado e fiel aos interesses do povo brasileiro. Nada que eu faço que não esteja de acordo com eles. É isso que acontece comigo. Onde é que eu estou errando? O meu time não trabalha de madrugada, meu time trabalha a luz do dia. Todas a pessoas escolhidas com critério. Alguns, que por ventura desviam dos critérios, a caneta vai funcionar. É para isso que sou presidente,, para decidir. Se tiver que demitir qualquer ministro, demito. Não estou ameaçando, longe de ameaça, não tem ameaça de minha parte. Agora se ele desviar-se daquilo que eu prometo na pré-campanha  e na campanha lamentavelmente está no governo errado, vá para outro barco, vá tentar em 2022”, disse referindo-se ao ex-ministro da Saúde, Luis Henrique Mandetta, demitido na semana passada.

Ato pró-intervenção militar
No domingo, Bolsonaro compareceu a uma manifestação que pedia a intervenção militar e criticava o STF e o Congresso. Em apoio às milhares de pessoas que se aglomeraram em frente ao Quartel Geral do Exército, ele subiu em uma caminhonete para agradecer. "Eu estou aqui porque acredito em vocês. Vocês estão porque acreditam no Brasil", disse. Bolsonaro disse ainda: "Nós não queremos negociar nada. Nós queremos ação pelo Brasil". "Chega da velha política. Agora é Brasil acima de tudo e Deus acima de todos”, gritou em meio aos apoiadores.

Hoje, questionado sobre qual era a pauta da manifestação, Bolsonaro disse ser um “ato de apoio ao Exército”. 

O povo na rua, dia do Exército, volta ao trabalho. É isso”. Perguntado então sobre qual mensagem daria aos apoiadores que clamam pela volta do AI-5, Bolsonaro rebateu: “Não quero papo com vocês. Quem não quiser ouvir, vá embora. Todo e qualquer movimento tem infiltrado, tem gente que tem a sua liberdade de expressão. Respeite a liberdade de expressão. Pegue o meu discurso, deve dar dois minutos. Não falei nada contra qualquer outro Poder. Muito pelo contrário. O povo quer voltar ao trabalho. O povo quer isso. Estavam lá saudando o Exército brasileiro. É isso. Mais nada. Fora isso, é invencionice, é tentativa de incendiar uma nação que ainda está dentro da normalidade. No que depender do presidente Bolsonaro, democracia e liberdade acima de tudo”, concluiu.

Fonte:correiobraziliense e redes sociais

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